Nelson Mandela: símbolo internacional da paz e da proteção dos direitos humanos

06/07/2013 12:07
“Seja a mudança que você deseja para o mundo”. A frase é de um grande pacifista, 
Mahatma Gandhi. A lição, no entanto, parece ter norteado a vida de outro homem da paz: Nelson Mandela, símbolo internacional da paz e reconhecido pela luta em defesa dos direitos humanos. Alguém que provocou profundas mudanças em sua terra. Um ser humano que interpretou como poucos o significado da esperança.
 
Notícias recentes relatam o grave estado de saúde do grande pacifista que ajudou a combater oapartheid na África do Sul. Segundo familiares de Mandela, ele está em estado vegetativo permanente. A qualquer momento, o mundo deve receber a informação de sua morte.
 
Diante de sua iminente passagem, a Agência da Boa Notícia resgata um pouco da narrativa do homem, cuja vida já está cravada na história do mundo.
 
Nelson Mandela
Em novembro de 2006, a Anistia Internacional premiou Nelson Madela com o título de Embaixador de Consciência, reconhecendo seu trabalho em favor dos direitos humanos universais. Ele já era o símbolo do movimento anti-apartheid na África do Sul, e havia recebido, conjuntamente com o ex-presidente Frederik Willem de Klerk, o Nobel da Paz de 1993, pela contribuição à pacificação sul-africana. 
 
Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 num vilarejo chamado Qunu (África do Sul). Foi o primeiro de sua família a frequentar uma escola, onde ingressou aos sete anos. Perdeu o pai na adolescência. Estudante, interessava-se por boxe e corrida, como outros jovens. Na Faculdade de Direito, tomou contato com o movimento estudantil. Por causa de protestos contra a política universitária, acabou expulso, mudou-se para Johanesburgo e mais tarde continuou sua graduação por correspondência na Universidade da África do Sul, concluindo na Universidade de Witwatersrand.
 
Como estudante de Direito, Mandela também se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que segregava e negava direitos políticos, sociais e econômicos aos negros (maioria da população), mestiços e indianos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano (CNA) em 1942, fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA, em 1946. Com a vitória do Partido Nacional – pró-apartheid – Mandela aumentou sua militância no CNA, e foi destaque no Congresso do Povo, em 1955, quando divulgou a Carta da Liberdade, com o programa para a causa anti-apartheid.
Mandela e seus amigos defendiam um movimento pacífico contra o apartheid, mas mudaram de opinião depois do chamado “Massacre de Sharpeville”, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180, em 21 de maio de 1960. No ano seguinte, Mandela passou a liderar, no CNA, a luta armada. Foi preso em 1962 e em 1964, considerado terrorista pelo regime racista, ele foi condenado a prisão perpétua. 
 
Ideais não ficam presos
Mesmo preso, conseguiu levar adiante o ideal de acabar com a segregação racial em seu País. Por meio de cartas e o apoio de amigos e partidários, ele conseguiu fazer sua luta conhecida em todo o mundo. Ficou 26 anos preso. As pressões internacionais aumentaram e, em 11 de fevereiro de 1990, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk, anunciava a liberdade de Mandela, aos 72 anos de idade, e a retirada da ilegalidade do CNA.
 
Depois de anos dedicado a unir a população de seu país, o que parecia impossível aconteceu: Mandela foi eleito presidente da África do Sul, o primeiro negro a atingir o posto, pondo fim ao regime segregacionista e promovendo a reconciliação interna. Terminado seu mandato, Mandela não quis mais cargos políticos, mas prosseguiu trabalhando pelas mais diversas causas sociais e ligadas aos direitos humanos.
 
Mandela fica na história não só por sua luta antiapartheid. Seu interesse pelo bem-estar e paz da Humanidade inteira é demonstrado em criticas à política armamentista dos EUA, no apoio a campanhas contra a AIDS e ao disseminar mensagens incentivando a harmonia entre pessoas de todas as idades, raças, credos e posições sociais.
 
Os sofrimentos, perdas, prisões, separações não tiraram dele o ânimo. Em 2008, artistas e celebridades participaram de sua festa de 90 anos, com shows em Londres. Em 2010, ele seria a grande estrela da abertura da Copa do Mundo na África do Sul, mas não pode comparecer por causa da morte de sua bisneta, vítima de um acidente de trânsito. Mas sua presença no encerramento da Copa emocionou quem o viu ao vivo ou pela TV.
Em novembro de 2009,  Assembleia Geral da ONU instituiu que 18 de julho (data do aniversário de Mandela) seria o Dia Internacional Nelson Mandela,  devido à contribuição do ex-presidente sul-africano para a cultura da paz.
 
Pensamentos de Mandela:
- “Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero.”
- "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."
- “Você não é amado porque você é bom, você é bom porque é amado.”
- "Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação."
- "Não há caminho fácil para a Liberdade."
- "A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre."
- "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo."
- “Não há nada como regressar a um lugar que está igual para descobrir o quanto a gente mudou.”
- “Não se esqueça de que os santos são pecadores que continuam tentando.”