Sobre nós
Há quatro anos os catadores de recicláveis do Distrito da Jurema, na cidade de Caucaia/Ce, começaram a se organizar, cansados de serem explorados pelos donos de depósitos e ferros velhos e discriminados pelo poder público. Trabalhadores marginalizados pelo sistema social. Era assim que a comunidade via a classe dos Catadores de Materiais Recicláveis. E foi por sentir o peso da discriminação que surgiu a necessidade destes trabalhadores se organizarem e lutarem por respeito e políticas públicas no Município de Caucaia.
Os encontros se sucederam e o resultado deste empenho foi a criação da ASSAAJ, Associação dos Agentes Ambientais da Jurema, sediado há quatro anos no Distrito da Jurema. O objetivo da instituição é cobrar dos governantes, políticas públicas em prol destes trabalhadores. Além disso, buscar a valorização do trabalho através do alcance da cadeia produtiva, criando um canal com as indústrias de recicláveis.
Apoiados pelo Lar Fabiano de Cristo, Cáritas Arquidiocesana de Fortaleza, Rede Estadual de Catadores, Fórum do Lixo e Cidadania, esses trabalhadores tem agora um espaço importante para debates e troca de experiências, a fim de consolidarem a luta em defesa de seus direitos, abrindo caminhos para a cooperação, onde a coleta e processamento sejam instrumentos de melhoria ambiental e de inclusão social, com participação de gestores públicos, empresários e catadores.
O Município têm apresentado avanço positivo, com apoio de governantes e sociedade mas ainda é fragilizado pois ainda falta uma efetivação da parceria entre prefeitura e catadores. A ASSAAJ realiza esporadicamente, palestras nas escolas da comunidade, eventos, campanhas. O fortalecimento da classe é fator determinante para a organização dos trabalhadores e para a busca de respeito e reconhecimento. Percebemos hoje que os associados trabalham com maior reconhecimento e respeito de diversos setores da sociedade local.
História do projeto
A Associação dos Agentes Ambientais da Jurema - ASSAAJ foi criada em março de 2008, por meio do apoio de uma Organização Não Governamental situada nesse Distrito denominada Lar Fabiano de Cristo – UPI Fernando Melo.
Essa ONG desenvolve trabalhos na área social, e tinha como uma das suas atividades o Grupo de Apoio aos Recicladores da Grande Jurema – CAJUR visando á promoção da qualidade de vida desse segmento.
Para tanto, realizou diversos seminários com temas variados discorrendo sobre questões relacionadas à sua higiene pessoal, uso de Equipamentos de Proteção individual – EPI, noções de organização coletiva, preservação do meio ambiente, destino correto do lixo, aumento da vida útil do aterro sanitário, além da promoção de encontros festivos e culturais.
A ONG Lar Fabiano de Cristo, incubadora da Associação dos Agentes Ambientais da Jurema – ASSAAJ, implantou a Moeda Social – Lar Real para despertar consciência acerca da importância da coleta seletiva dos resíduos sólidos, que teve circulação interna na UPI como moeda de troca. As notas forão confeccionadas em papel específico as quais atribuíram valores de 2, 5, 10, 20,50, e100 lares reais.
Mediante tabela de produtos e preços, a UPI promoveu a troca de resíduos pela quantidade de “LARES REAIS” correspondente, por exemplo: 50 unidades de garrafas PET custaram L$ 70,00 (Setenta Lares Reais). Os interessados juntaram seus Lares Reais e trocaram por benefícios como: Passeios (Percurso Urbano), Kits de higiene, Utensílios Domésticos (baldes, bacias...), CD´s das festividades da UPI (Encerramentos, festas.) etc.
Esse projeto almejou apoiar o trabalho dos Agentes Ambientais em busca de um melhor reaproveitamento de materiais sólidos dispersos na comunidade bem como favorecer a concretização dos (as) co-participantes e da comunidade, como um todo para a participação na questão ambiental e melhor qualidade de vida. Porém, por falta de recurso para esse fim não foi possível dar continuidade ao projeto.
Em 01 (um) ano de atividade, os catadores foram engajados na Rede de Catadores e Catadoras do Estado do Ceará. Após essas vivencias, com o grupo já fortalecido foi instituída a ASSAAJ, oportunizando a organização dessa classe trabalhadora em uma associação comunitária com a participação de 30 famílias cadastradas que sobrevivem dessa atividade.
Cabe salientar, que embora sem estrutura, alguns avanços foram detectados como recebimento de 04 (quatro) carrinhos coletores doados pelo Banco do Brasil, participação no rodízio das doações da Rede, melhoria da auto-estima, participação em eventos nacionais relacionados com a questão, uso de batas da Associação durante a atividade de catação, organização de passeata em busca da divulgação do trabalho e sensibilização da comunidade, organização de exposição fotográfica com cenários locais de disposição inadequada de lixo e suas condições precárias de trabalho.